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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier

Semana do Patrono
60 anos de fundação do Conservatório
1953 - 2013

Dia 20 de agosto - Terça-feira - 20h- Banda Sinfônica São João del Rei;

Dia 21 de agosto-Quarta-feira - 21h - Coral "da boca pra fora" e Big Band do CEM (Conservatório Estadual de Música);

Dia 22 de agosto - Quinta-feira - 19h30m - Grupo de percussão;
 20h - Corais do Conservatório Estadual de Música;

Dia 23 de agosto - Sexta-feira - 19h30m - Fanfarra da Fundação Bradesco;
Abertura da Exposição de fotos e materiais alusivos aos 60 anos da fundação do Conservatório Estadual de Música;
20h - Orquestra Lira Sanjoanense;

Dia 24 de agosto - Sábado - 18h - Missa emAção de Graças, na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, com participação da Orquestra Ribeiro Bastos;
20h - Concerto com a Orquestra do Concervatório.

Os concertos serão realizados no Teatro do Conservatório e a antrada é franca.
O Conservatório se encontra na Rua Padre José Maria Xavier , n° 164 no Centro histórico de São João del Rei - MG

Abaixo falaremos um pouco sobre Padre José Maria Xavier que é o Patrono do Conservatório Estadual de Música.

Busto de Padre José Maria Xavier - Defronte a Igreja de Nossa Senhora do Rosário -

 Padre José Maria Xavier nasceu em 23 de agosto de 1819 em São João del Rei - MG. Em 1776, seu avô materno, José Joaquim de Miranda, foi fundador de uma companhia de música que mais tarde se transformaria na Orquestra Lira Sanjoanense.
Iniciou os estudos musicais com o tio, Francisco de Paula Miranda, e aos oito anos de idade já exercia as funções de tiple (menino cantor). Estudou também violino e clarineta. Seua estudos humanísticos foram realizados em São João del Rei, incluindo francês, história, geografia e filosofia.
Em 1845 ingressou no Seminário de Nossa Senhora da Boa Morte, em Mariana - MG e, pelo grau de estudos alcançados, recebeu o presbiterato em apenas um ano.
Sua primeira composição data de 1839, "Qui sedes", para baixo e pequena orquestra, composta sobre um tema de Rossini, compositor que muito o influenciou. Para o tenor Antônio Gonçalves de Lima, José Maria dedicou um "Veni Crestor Spiritus" e  o vibrante "Assumpta Est", ambas de cunho virtuosístico.
Sua obra mais conhecida é a que dedicou à Semana Santa - Matinas e Laudes, também denominada Ofício de Trevas, escrita para uma formação peculiar - cordas, 1 flauta, 1 clarineta, 1 trompete e 2 trompas. Talvez a falta de um oboísta na cidade tenha forçado o compositor a substituí-lo pelo trompete, que desempenha papel melódico, muito diferente dos compositores do período clássico. Muitas vezes a parte do violoncelo e contrabaixo era duplicada, nos fortes, com o oficleide, instrumento que caiu em desuso. A obra data de 1871, tendo sido executada pela primeira vez na Semana Santa de 1872.
A maior parte de sua obras encontra-se em manuscritos nos arquivos das bicentenárias Orquestras Lira Sanjoanense e Ribeiro Bastos, ambas em São João del Rei. O compositor faleceu em 1887 e está enterrado no cemitério da Boa Morte em São João del Rei.

FONTES:

Cd Ofício de Trevas - Padre José Maria Xavier - Volume I
 Crédito Fotográfico: Cris Carezzato
Agradecimento a Cristiano Bosco da Sé pela gentileza de sempre estar comigo nos eventos de música, tanto sacra como profana.




terça-feira, 6 de agosto de 2013

Semana Santa dos Mulatos


A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte dos Homens Pardos foi fundada na década de 1720, e elevada à Confraria em 1858, por Dom Antônio Ferreira Viçoso, Bispo de Mariana, e tem o título de Venerável pela sua antiguidade, podendo usar o hábito talar (vestimenta) na cor azul.


É obrigação estatuária manter e divulgar a devoção mariana sob os títulos da Boa Morte, Assunção e Glória, celebrando anualmente as solenidades de Trânsito e Assunção da Baetíssima Virgem Maria. De 5 a 13 de agosto: Novena preparatória com missa, exercício da novena com pregação; dia 14 de agosto: Vigília da Assunção, Missa da Vigília, Procissão de Nossa Senhora da Boa Morte e a singular cerimônia do sepultamento de Nossa Senhora. Dia 15 de agosto: Missa Solene concelebrada, procissão de Nossa Senhora da Assunção e Nossa Senhora da Glória, sermão e canto solene do Te Deum Laudamus, encerrando-se com a Bênção do Santíssimo Sacramento.

Em todas as quartas-feiras do ano, celebra-se a Santa Missa pelos irmãos e irmãs, vivos e falecidos; após a missa, cerimônia no altar da Confraria e depois, no consistório, orações em sufrágio dos falecidos.

Também esta Irmandade aceitava negros, principalmente mulatos e forros, como irmãos. Muitos desses foram grandes artífices e notáveis músicos. Não é sem sentido o fato que, tradicionalmente, tem sido a Orquestra Lira Sanjoanense que toca nas solenidades de Trânsito e Assunção de Nossa Senhora.Com efeito essa foi sempre a Orquestra dos negros, apelidada de “rapadura”, devido a cor de seus músicos.

A Irmandade em tempos pretéritos chegou a pensar na edificação de sua igreja na cidade, tendo inclusive adquirido para isso um terreno, próximo da ponte da Intendência (atual ponte da Cadeia). Talvez a falta de recursos levou-a a desistir da empreitada permanecendo sempre sediada na Catedral. O historiador Luiz de Melo Alvarenga admite que essa Irmandade veio substituir uma anterior Irmandade do Nossa Senhora do Pilar.

No passado a solene novena era oficiada por três padres revestidos de capa de asperges; depois com paramentos da missa solene, isto é, capa de asperges (vestimenta eclesiástica, de forma semicircular e aacolchetada na parte frontal, usada, entre outras funções, nas aspersões dos fiéis. Também designada como pluvial, capa pluvial ou capa magma. Como veste litúrgica, é conhecida desde o século IX, substituindo a casula, que passou a ser usada exclusivamente na missa) e dalmáticas (veste litúrgica usada sobre a alva por diáconos e subdiáconos durante as missas solenas. Semelhante a uma casula, apresentamangas largas e abartas, desprovidas de costuras. Deve ser confeccionada com o mesmo tecido da casula do celebrante. Como os paramentos toma as cores litúrgicas. No século II, era adotada pelos romanos como vestimenta de luxo dos dálmatas. Tornou-se no século seguinte, veste litúrgica, a princípio reservada ao Sumo Pontífice e depois para seus diáconos.).

Durante todo o dia 14 de agosto, a veneranda imagem de Nossa Senhora da Boa Morte é exposta à veneração dos fiéis como Vigília da Assunção, em turnos de orações com o apoio da Legião de Maria e mais associações pias.

Após a procissão do Trânsito de Nossa Senhorada Boa Morte, cujo esquife é carregado por sacerdotes, a veneranda imagem é retirada do esquife e depositada no sepulcro, na capela-mor  (capela principal, onde fica o altar –mor da igreja) da Catedral do Pilar.

Sepulcro


A novena tem para todos os dias uma música própria de compositores Sanjoanenses.
Há alguns anos atrás durante a novena se colocava no altar-mor da Catedral as imagens da Santíssima Trindade, Nossa Senhora da Boa Morte e os onze apóstolos rodeando o esquife de Nossa Senhora.Hoje como podemos observar nas fotos abaixo somente Nossa Senhora da Boa Morte, João Evangelista e Maria Madalena são colocadas no altar.




Não podemos esquecer do toque dos sinos que enriquece ainda mais a Solenidade, visto que, São João del Rei é conhecida como a “Cidade onde os Sinos falam”.No dia 13 de agosto após a novena,ouve-se um toque muito especial chamado de “Senhora é Morta” .Esse toque é tocado também durante todo o dia 14 de agosto. Ele é tocado três vezes de hora em hora, sendo que às 12h 15min, 15h , 18h e na hora da procissão toque com dobre.

Também conhecida como Semana Santa dos Mulatos devido ao fato que antigamente a missa era celebrada somente pela manhã, porém depois de Pio XII para cá  a missa passou a ser celebrada no período vespertino. Portanto, em tempos idos na Solenidade da Trânsito e Assunção, a novena era celebrada com Matinas e Laudes, isso faz com que se assemelhe com a Tradicional Semana Santa de São João del Rei. A orquestra executava partes como responsórios, salmos, lições etc. As pessoas que faziam parte da Confraria eram, em sua maioria, mulatos. Além disso, a maioria dos músicos da Orquestra Lira Sanjoanense (1776) , a mais antiga das Américas e a segunda mais antiga do mundo, também eram mulatos e daí o apelido de “rapadura”. Existia também o Ofício de Nossa Senhora da Boa Morte, que infelizmente hoje não é mais realizado. Uma grande perda para a cultura sanjoanense, visto que, o ofício era realizado com todo o esplendor e solenidade. No ano de 2011 houve um resgate das Matinas de Nossa Senhora, no dia 14 de agosto após a procissão do enterro de Nossa Senhora foi rezado o Ofício. Houve a participação do Canto Gregoriano realizado pela Associação dos Coroinhas de Dom Bosco da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar e Coro Polifônico com acompanhamento da Orquestra Lira Sanjoanense .
Ao término da procisão de Nossa Senhora da Boa Morte , no dia 14 de agosto, na capela-mor da Catedral a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte é enterrada em uma urna. Enquanto a imagem está sendo enterrada a orquestra executa motetos alusivos a Nossa Senhora.

O Papa Pio XII em primeiro de novembro de 1950 promulga o dogma dizendo que: “Nossa Senhora depois de ter cumprido sua missão na terra, subiu ao céu de corpo e alma”. Segundo consta é que os apóstolos  depois de três dias foram ao túmulo de Maria para mostrar a São Tomé, que não estava acreditando na morte da Virgem, quando entraram no sepulcro o encontraram vazio. Portanto Maria foi elevada aos céus.

Fontes:

Créditos fotográficos: Acervo de fotos sacras de Aline da Sé.
Texto: Aline da Sé.
www.museudaliturgia.com.br
Novenários
Livreto da Assunção da Baetíssima Virgem Maria-Matinas- In Assumptióne Beatae Mariae Vírginis - Ad Matutinum-
Documentário Senhora da Boa Morte, produzido por João Paulo Viegas.

sábado, 3 de agosto de 2013

Vésperas Solenes na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar


O Ofício de Laudes, como oração da manhã, e o de Véperas, como oração da tarde, constituem, segundo uma venerável tradição da Igreja universal, como que os dois pólos do Ofício quotidiano, por isso devem considerar-se como Horas principais e como tais se devem celebrar. (L. G. 37).
O Ofício de Laudes destina-se a santificar o tempo da manhã, As Vésperas celebram-se á tarde, ao declinar do dia, a fim de agradecermos tudo quanto neste dia nos foi dado e ainda o bem que nós próprios tenhamos feito. (S. Basílio).

 
Celebração das Vésperas Cantadas aos Domingos

O celebrante, revestido de sobrepeliz, estola e capa de asperges ( cor própria para cada tempo litúrgico), dirige-se ao altar na seguinte ordem.

1.      Turiferário
2.      Ceroferários
3.      Cantores
4.      Acólitos
5.      Celebrante

Chegando ao altar é feita a devida reverencia, todos vão para os seus respectivos lugares.

Estando todos de pé, o Celebrante, da sua cadeira , inicia o Ofício cantando.. Deus, vinde em nosso auxílio.

Nota.. A capa de asperges é usada somente nas Vésperas Solenes.

Na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar as Vésperas são realizadas aos domingos as  17h15min, e ao final há a Benção do Santíssimo Sacramento. Os fiéis acompanham tudo com um livreto organizado pela Equipe de Liturgia da Paróquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar de São João Del Rei.