Resumo
cronológico da Igreja do Pilar
1705
– 1ª capela erguida junto com o primitivo arraial – no local da atual Matriz;
1709
– é incendiada com a Guerra dos Emboabas;
1710
– início da construção de uma igreja que não foi além das paredes no Arraial
Fortificado.
1711
– edificação de uma nova igreja (Morro da
Forca), que funcionou como matriz até 1724.
1721
– construção de uma nova igreja na Rua da Direita, no local da primitiva.
1724
– Inauguração da atual Matriz.
Vista frontal da igreja
Como
as demais Igrejas esta também sofreu ampliações e melhoramentos através dos
tempos. Inicialmente era bem menor, mas não menos bela.
Seu
frontispício atual e datado de 1820 para atender a um aumento no corpo da nave,
Cândido José da Silva executou em alvenaria de pedras graníticas e azuis
desenhado por Manoel Vítor de Jesus. Seu interior é barroco e exterior
neoclássico.
Na
torre da direita sob a janela sineira, vê-se um relógio holândes, instalado em
1905, em substituição de um anterior. No frontão pode-se observar sob a cruz,
aparece, entre nuvens claras, a lembrar a celebração da páscoa, a figura do
manso cordeirinho - agnus dei - sobre o livro do apocalipse.
Um
gradil de ferro fundido, obra de Jesuíno José Ferreira, amarrado em imponentes
colunas graníticas, cerca um adoro de 1848.
Catedral
esde 1960, quando da criação da Diocese, esta igreja Matriz foi elevado, por
ato papal, à condição de basílica menor em 1965, pelo que acima de sua janela
do meio, ve-se, hoje, um pequeno escudo em pedra sabão, com as armas
pontifícias: uma tiara e duas chaves.
No
vestíbulo das igrejas matrizesm e só das matrizes encontra-se à esquerda de
quem entra o batistério com a pia batismal. A geografia, nesse caso, é ao mesmo
tempo física e espiritual: colocado o batistério à entrada da igreja material
simboliza o ingresso dos neófitos na igreja mística e social.
Teto
O
teto foi pintado por Venâncio José do Espírito Santo, são-joanense, em 1817 e o
patrocinador da obra foi o comerciante português Comendador João Batista
Machado.
Pintura central do teto-A virgem do Pilar ladeada de anjos-
Anjo da Amargura e Ornamentação do Arco Cruzeiro
Pintura lateral do teto
Pintura lateral, próxima ao coro
Na
ordem pela esquerda de quem entra e de trás para frente pode-se observar: Santa
Cecília, Santa Rita, São Marcos com Leão, São Mateus com o anjo ao menino, São
João com a águia, São Lucas com o boi e o quadro de Maria, São Pedro com as
chaves; pelo lado contrário Santo Estevão, Santa Luzia, Santo Ambrósio com o
báculo, Santo Agostinho com o coração, São Gregório com a pomba que representa
o Espírito Santo, São Jerônimo com leão e trombeta e São Tiago Maior com
cajado.
No
meio do teto, emoldecida de guirlandas de flores, envolta de nuvens e rodeada
de anjos está a figura da padroeira Nossa Senhora do Pilar. Na base do pilar um
rosto irradiante como o sol, tendo de ambos os lados uma cartela onde se lê em
latim – Tota pulchra es, Maria, et macula originalis non est in Te – És toda pura,
ó maria, e a mancha original não está em Ti.
No
meio dos trinta anjinhos que circundam a virgem – querubins de asinhas
vermelhas e serafins de asinhas azuis.
Venâncio
quis segundo o professor Antônio Gaio Sobrinho ressaltar o valor da bíblia,
representada pelos evangelistas, e, de outro lado, proclamar a necessidade do
magisterio, simbolizando por quatro de seus maiores representantes, os quatro
grandes doutores da Igreja Latina.
Para
pintar o teto Venâncio utilizava pigmentos rochosos e vegetais da região. Das
tintas vegetais foi utilizado o conhecido como sangue de boi, por causa de sua
coloração vermelho-escura.
Com
tais elementos se preparava a têmpera resultante de uma mistura de cola branca
de marceneiro, clara de ovos, vinagre, água, mais aqueles pigmentos. A clara de
ovos era utilizada em substituição da cola para aglutinar as demais
substâncias, o vinagre, como pesticida, para proteger a mistura, sobretudo a
clara, contra o ataque de insetos.
As
duas primeiras figuras do teto, proximas à tribuna da música, Santa Luzia e
Santo Estevão foram pintadas por outro artistam em época posterior (1817),
depois do aumento executado no corpo da nave quando se fez o atual frontispício
(1820).
Os
camarins ou tribunais de honra foram inauguradas em 1854.
A nave
A
Catedral possui altares laterais variádos devido à quantidade de irmandades
sediadas na mesma. Como a irmandade do Santíssimo Sacramento (1711), irmandade
importante por erguer a igreja e por organizar a tradicional Semana Santa em
São João del-Rei, irmandade de São Miguel e Almas (1716), irmandade do Senhor
dos Passos (1734) e irmandade da Boa Morte (1786), sendo que em 1727 sediava a
irmandade do Carmo que somente em 1734 possuía capela própria.
Dentre
os altares laterais, dedicado a Nossa Senhora do Terço, Sant’ Ana, Nossa
Senhora da Conceição e Senhor dos Passos, sendo que o primeiro da esquerda de
quem entra, onde atualmente se venera Nossa Senhora do Terço, tudo indica
(segundo o Prof. Antônio Gaio) que este teria sido o altar-mor da matriz onde se
venerava a primitiva imagem de Nossa Senhora do Pilar, quando localizada no
Morro da Forca. O altar sofreu algumas adaptações e nele se intronizou Nossa
Senhora da Conceição. Sobre o que seria o sacrário do altar, vê-se um
vestíbulo, como de uma porta numa alusão ao título – porta do céu – . No fundo
do camarim no ano de 1999 foram colocadas réplicas de dois anjinhos sustentando
uma coroa em alto relevo. Essa restauração diminuiu a altura do trono, a troca
de imagens da Nossa Senhora da Conceição pela Nossa Senhora do Terço. Nos
nichos laterais, são veneradas as imagens de São Francisco de Paula e Santa
Bárbara e à frente da portinhola, Santa Cecília.
Em
frente encontra-se o altar dos Passos muito bem ornamentado. No teto pode-se
observar a semelhança da abóboda com a do altar-mor.
O
próximo altar é o de Sant’ Ana, junto com ela está Nossa Senhora Menina,
aprendendo as escrituras. Nos nichos laterais, São Joaquim e São João
Nepomuceno.
À
sua frente, no lado oposto, vê-se o altar de Nossa Senhora da Conceição. Tem
nos nichos laterais as imagens de Santa Antônio e São Francisco e ao centro, uma
antiguíssima imagem de São Sebastião. Também neste altar, como nos dois ficam
defronte, as restaurações revelam delicadas pinturas que trazem características
de Natividade: conjunto de três rosas nas cores azul, vermelhas e laranja.
Dos
altares do transepto, o da esquerda é dedicado a Nossa Senhora da Glória, do
outro lado encontra-se o altar de São Miguel e Almas, com a belíssim imagem de
São Miguel cravejada de brilhantes.
Sobre
o quebra voz de cada púlpito pode-se observar em alegoria a representação das
virtudes teologais: a fé, no da esquerda, onde uma figura feminina sustenta uma
cruz; a esperança, no da direita, numa figura também feminina que empunha uma
âncora; e a caridade inindo as duas figuras na significação dos símbolos que
trazem consigo, uma pomba e um cálice.
Num
hall de entrada, no lado do evangelho estão expostas uma primitiva imagem de
Nossa Senhora do Pilar e uma roca de 1922.
Altar do Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores
Altar de Nossa Senhora da Conceição
Altar de Nossa Senhora do Terço
Altar de Sant’Ana Mestra
Altar de São Miguel a Almas
Altar de Nossa Senhora da Glória
Capela-Mor
Vista do Altar no domingo de páscoa
No
ano de 1730 a capela-mor já estava pronta. Possui duas telas, representando o
banquete na casa de Simão e última ceia de Jesus, importadas de Portugal e
inauguradas em 1732. Dom João V patrocionou com ouro, ornamentos e telas
(Capela-Mor).
No
trono do camarim encontra-se a moderna imagem de Nossa Senhora do Pilar,
esculpida no Rio de Janeiro por Ceríaco da Costa Tavares e entronizada na
igreja em 1922.
Nos
nichos laterais veneram-se as imagens de São José de Botas e São João Batista.
A
capela do Santíssimo Sacramento possui pinturas no teto de Manoel Venâncio do
Espírito Santo; e a sacristia contrária com pinturas no teto de Joaquim José da
Natividade.
Ornamentação na Capela-Mor, Santíssima Trindade