Capelas Passos

Erguidas pela Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, fundada em dezembro de 1733, ereta canonicamente por Dom Frei Antônio de Guardalupe, bispo do Rio de Janeiro, com aprovação real de Dom José em 18 de julho de 1767.

Na idade Média, era desejo dos cristãos europeus fazer, ao menos uma vez na vida, uma peregrinação a Terra Santa e refazer em Jerusalém os passos de Jesus a caminho do calvário. Como nem todos podiam realizar essa aspiração, inventou-se um modo prático de fazê-lo através dos passinhos.

As capelas-passos são cinco e estão na Rua Padre José Maria Xavier, Largo do Rosário, Largo da Câmara, Largo da Cruz e Rua da Direita.

Sobre a construção das Capelas-Passos, comumente chamadas pelos sanjoanenses de “Passinhos” há vários documentos. Em 1781, a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos pagou a Manoel Tavares pelas madeiras que se compraram para o Passo da Rua da Prata (hoje Rua Padre José Maria Xavier). Nesse mesmo período encontram-se outros pagamentos como: “Ao João Gonçalves Gomes pelas telhas e tejoulos.” “Ao Francisco Serzedo oficial de Pedreiro da Cruz de Pedra” “Ao Gregório Lameda de Oliveira oficial de Carpinteiro e ao Elias José de Souza” também carpinteiro. Em 1809 há pagamento do pintor “Gervasio José de Souza”.

O Passo da Rua da Direita foi recentemente reformado pelo artista plástico Carlos Magno Araújo.

Capela Passo

Em 1996 as portas dos Passinhos foram trocados devido a ação do tempo, porém conservando os detalhes.

Em São João del-Rei nas três primeiras sextas-feiras quaresmais acontece as vias-sacras externas solenes promovidas pela Venarável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos.

Durante toda a quaresma as arquiconfrarias, confrarias, irmandades e ordens terceiras realizam em suas igrejas via-sacra com quatorze estações, as externas possuem apenas sete estações. Para realização da mesma são necessários as cinco-capelas passos, a Igreja de São Francisco de Assis e a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar.

Imagem de Cristo usada nas Vias-Sacras

 

 

Ao toque dos sinos a via-sacra sai da Catedral em direção a igreja de São Francisco de Assis, passando pela Rua Getúlio Vargas (antiga Rua da Direita), Rua Artur Bernardes (antiga Rua da Intendência do Ouro) , Rua Ministro Gabriel Passos (antiga Rua da Intendência do Ouro) e Rua Balbino da Cunha (antiga Rua São Francisco), onde no interior da Igreja de São Francisco de Assis realiza-se a primeira estação.

É importante destacar que em cada estação a Orquestra Ribeiro Basto executa os famosos Motetos compostos pelo Maestro Martiniano Ribeiro Bastos (1834-1912). Os motetos variam de acordo com a meditação de cada estação.

Por fim após o moteto se canta o lamentoso canto Senhor Deus, misericórdia! Pelas dores de Maria Santíssima, misericórdia! Na catedral ao final da via-sacra ainda se ouve o canto do primeiro versículo do Salmo 51: Miserere Mei, Deus, secundum magmam misericordiam tuam!

Na igreja de São Francisco de Assis se medita a agonia de Jesus no Horto. Em seguida, a via-sacra segue para a capela-passo da Rua Padre José Maria Xavier (antiga Rua da Direita de Baixo) e no interior daquele passinho podemos contemplar a queda de Jesus sob o peso da cruz é a segunda estação.

 A via-sacra segue para a capela-passo do Largo do Rosário na Rua Getúlio Vargas (antiga Rua da Direita), ali realiza-se a terceira estação, na qual o quadro da meditação e: As mulheres de Jerusalém chorando por Jesus, e ele diz: Não choreis por mim, mas por vós e vossos filhos.

O cortejo segue para a Praça Barão de Itambé (antigo Largo da Câmara), onde se encontra uma capela-passo acoplada à casa Barão de Itambé, ali o quadro de meditação é o encontro de Jesus com sua Mãe, Maria Santíssima, essa é a quarta estação.

 Passando pela Travessa da Graça, seguindo pela Rua Resende Costa encontramos a quinta estação no Largo da Cruz, cujo o quadro de meditação é Verônica enxugando o rosto de Jesus.

 A via-sacra segue pela antiga e atual Rua das Mônicas, chegando à Rua Getúlio Vargas e encontramos próximo a Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmelo a sexta estação, na qual o quadro de meditação é: Requisitaram Simão Cirineu para ajudar Jesus a carrega a cruz.

 Por fim, a via-sacra segue para a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar e em frente ao altar da Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos medita-se Jesus na Golgota ou Calvário, é a sétima e última estação.