Ofício de Trevas na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar

Ofício de Trevas

O Ofício rezado solenemente nos três dias que antecedem o Domingo da Ressurreição é denominado Oficio de Trevas. Esta parte do Oficio Divino expressa, de modo admirável, através das orações, salmos, lamentações, leituras e responsórios os sentimentos quem envolveram Nosso Senhor Jesus Cristo na sua Paixão e Morte.


Orquestra Ribeiro Bastos

A tradição que envolve o ofício e antiguíssima. Esta denominação de trevas esta envolvida num contexto ritualístico, extremamente rico em simbologia e merece uma justificativa litúrgica. Desde o sec. VII celebra – se com orações as exéquias do Senhor. No sec. VIII, a liturgia franco-romana já conhecia o apagar das luzes durante o oficio. Desde o sec. XII, o nome Oficio de Trevas indicava a oração noturna ( matinas e laudes) do oficio divino nos três dias que antecedem o Domingo da Ressurreição. É de trevas, pois no decorrer dele, apagam-se sucessivamente as 14 velas em memória das trevas que cobriram a Terra na morte do Senhor. Para ente fim, é usado um candelabro triangular com 15 velas.


Tenebrário

As velas do candelabro, ou tenebrário, são apagadas a partir da seguinte ordem, de baixo para cima, da esquerda para a direita, após o canto de cada Salmo. A vela da ponta, a décima quinta que representa o Cristo não se apaga, ao final do Oficio ela é levada para atrás do altar e depois retorna, ela significa que Cristo venceu a morte.

O Oficio de Trevas pertencem as chamadas horas canônicas ( oito horas) que são rezados nos mosteiros, hoje são rezados de forma simplificada. São compostos pelas Matinas e Laudes, sendo que as Matinas também eram chamadas de vigília noturna, pois começavam a meia noite. A Laudes correspondem a segunda parte dos ofícios que eram rezadas ao amanhecer. O Ofício é composto de 9 Salmos nas Matinas e 5 Salmos nas Laudes. A Matinas se dividem em 3 noturnos, sendo que cada noturno possui três responsórios, três salmos, três lamentações ou lições. Já as Laudes, a segunda parte dos Oficios são compostas por, 5 Salmos, o Cantigo de Zacarias que a medida que e cantado as velas e as luzes da igreja são apagadas, é importante resaltar que o Canto de Zacarias é cantado com uma alternação entre Orquestra Ribeiro Bastos e Coro Gregoriano. E por ultimo é executado o canto Cristus factus est e ao final dele as pessoas batem os pés no chão e os livros significando o terremoto que abalou a Terra na morte de Cristo, finalizando o Oficio de Trevas.

Coroinhas

Em São João Del Rei, especificamente na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, o Oficio rezado na quarta-feira santa corresponde ao de quinta-feira santa, visto que, devido as grandes cerimônias na quinta-feira santa, como a Missa do Crisma, A Missa em que o Santíssimo Sacramento é transladado para a Capela e o Lava-Pés, não há um horário para a celebração do Oficio.

Devemos resaltar a participação da Orquestra Ribeiro Bastos que participa dos Ofícios, O Coral de Canto Gregoriano- Meninos de Dom Bosco- da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, o professor Abgar Campos Tirado, por ser a Voz que explica os Ofícios de Trevas e é o locutor sacro da cerimônia e por último, mas não menos importante Dona Irene Sacramento, que neste ano por motivo de saúde não irá participar dos ofícios, fica aqui nossa gratidão a todos que participam para que o Oficio realizado aqui seja o único no mundo realizado todo em latim, a língua oficial da Igreja Católica.